Disciplina faz parte da grade curricular do novo ensino médio
Por: Comunicação Regional
24/10/202409:31- atualizado às 11:36 em 12/11/2024
Uma tinta que, além de decorar a casa, é capaz de conduzir energia elétrica, estojos feitos com câmaras de pneus de caminhão que seriam descartadas no meio ambiente e uma receita de sorvete com inhame são alguns exemplos de projetos realizados pelos estudantes do 1º ano do ensino médio do Sesi Jacareí durante as aulas de empreendedorismo. Veja o vídeo sobre os projetos divulgados nas redes sociais do Sesi Jacareí.
"Empreendedorismo é um componente que vem integrando o currículo do novo ensino médio, e a ideia dentro desse componente é que a gente consiga desenvolver nos alunos habilidades relacionadas a aspectos fundamentais do empreendedorismo, como marketing, desenvolvimento da criatividade e do autoconhecimento. Neste ano de 2024, os alunos tiveram liberdade para trabalhar com planos de negócios que eles identificassem e que fizessem parte de sua realidade", explicou Marília Aparecida Pereira, professora de Educação Básica III.
Assim que a proposta foi apresentada em sala, os estudantes se dividiram em grupos e escolheram as funções que gostariam de desempenhar. Como em uma empresa, dividiram-se nas áreas financeira, de projeto e de marketing. Em relação ao tema com o qual cada grupo trabalharia, os alunos tiveram liberdade de escolha. Um dos grupos decidiu dar um novo destino para câmaras de pneus.
"Quando a professora Marília chegou para conversar com a gente, nós falamos com o Flávio, que é estagiário e trabalha no maker. Ele nos contou que a bota dele era feita de câmara de pneu de caminhão, e que havia um moço que produzia essas botas. Aí pensamos: por que não transformar isso em estojos?", disse Rafaela Teles, aluna do 1º ano do ensino médio.
Para desenvolver o projeto e executá-lo na prática, os alunos contaram com uma ajuda especial.
"A minha tia é costureira, já trabalhou em várias fábricas de costura, especialmente de bolsas. Ela sabe basicamente tudo o que a gente precisava: material, linhas e as máquinas. Nós utilizamos esse conhecimento para produzir nosso estojo", explicou Emily Fernandes.
"Fomos com nossos pais às borracharias para saber se podíamos comprar as câmaras. Não sabíamos se nos doariam, mas descobrimos que muitas pessoas descartam esse material na natureza. Então, ficou mais fácil para a gente pegá-las e ajudar o meio ambiente", contou André Victor Oliveira.
No ramo de alimentação, há grupos desenvolvendo receitas saudáveis, como um sorvete feito com inhame. Na área de inovação, um grupo de meninas apostou na robótica.
Grandes ideias, bons negócios
O contato com o tema em sala de aula motivou Israel Vitor e seu grupo de amigos a pensar em seguir no empreendedorismo no futuro. Os estudantes criaram uma marca de camisetas. "Aproveitamos nossas crenças para criar uma marca de camisetas que fosse atrativa para os adolescentes, mas que também transmitisse uma mensagem em que acreditamos. Já tivemos alguns resultados, mesmo sendo só um projeto escolar, já realizamos vendas. Pensamos em levar adiante e adquirir nossa própria prensa para produzir as camisetas", disse Israel.
Para criar as estampas, os alunos fazem os desenhos à mão e também utilizam um editor de imagens no computador.
"Nossas artes se baseiam muito na Bíblia. Em algumas, lemos um versículo ou capítulo e tentamos encontrar uma relação com imagens. Pensamos nas ideias e tentamos transpô-las para as camisetas", explicou Ricardo Morais Ribeiro Filho.
Em novembro, o Sesi Jacareí deve realizar uma feira para que outros alunos da unidade conheçam os projetos desenvolvidos. Os trabalhos serão divididos em salas temáticas e também avaliados para uma premiação. No dia, serão eleitos, por exemplo, o "Negócio Mais Sustentável", a "Ideia Mais Inovadora" e o "Modelo de Negócio Mais Escalável".
"Se olharmos para essa geração de alunos, vemos que são muito ativos nesse processo. Eles têm ferramentas interessantes para serem trabalhadas, e a escola oferece essa estrutura. Acabam desenvolvendo uma consciência cidadã e crítica em relação às diferentes áreas e temas que hoje fazem parte do mercado. Isso os torna mais criativos e ativos no processo de desenvolver ideias", concluiu Marília.